BLOG DO SANTO ANDRÉ FUTEBOL CLUBE

De 18/09/1967 até 22 de março de 1975 foi o nome do Esporte Clube Santo André

quinta-feira, 5 de março de 2015

José Carlos Batista – Cite

Hoje é aniversário de José Carlos Batista, o Cite! Uma figura importante no cenário do Santo André Futebol Clube, contribuiu na formação do time.

Nasceu com o nome de José Carlos Batista no dia 05/03/1943. Palmeirense e Pelezista, como ele mesmo se define, Cite iniciou sua carreira jogando na várzea de Santo André. Começou a sua carreira no futebol de Salão, jogando no Primeiro de Maio, como atacante, onde colecionou muitos títulos.

Na várzea jogou no Vila Alice, como ponta de Lança, sempre gostou de jogar como volante, sair pro jogo e aparecer como elemento surpresa. Porém quando fazia testes nos times, observou que a vaga no meio campo era muito concorrida e decidiu jogar como quarto zagueiro.

Jogou mais de 20 anos pelo Vila Alice, mas passou também por outros times da várzea. Apaixonado pelo futebol varzeano, jogou no Santos do Parque, no Sete de Setembro, no São Jorge. Trabalhou como ferramenteiro na Cofap e ainda muito jovem foi titular da seleção da Cofap. Também jogou pela Firestone. Nessa época, as fábricas montavam seleções e saiam para jogar pela várzea.

Como profissional, começou no juvenil do São Paulo com Jose Poy em 1963, que o indicou para o São Paulo de Araçatuba, quando tinha 19 anos. Porém o time não cumpriu o prometido com ele, então retornou a Santo André. Na época, o time fazia peneiras para escolher os jogadores que iriam representar a cidade em um time profissional.

Em 1967 foi convidado a uma peneira da equipe recém formada do Santo André futebol Clube contra a Firestone e agradou tanto o técnico Manga, que já o tirou do time da Firestone e assinou um contrato com a equipe Andreense. Participou de todo o treinamento para a partida inaugural contra o Santos.

Marcou a história do Santo André Futebol Clube, participando ativamente dos principais acontecimentos da Equipe. Em 13/03/1968 participou do primeiro amistoso não oficial do clube, contra o Saad, vitória pelo placar de 3 a 1. Jogou o primeiro jogo oficial do Santo André Futebol Clube, contra o Santos em 08/04/1968 (vitória do Santo André pelo placar de 2 a 1). Participou também do primeiro jogo internacional do clube contra a seleção do Congo e da primeira partida do Estádio Municipal Bruno José Daniel, em 1969 contra o Palmeiras, derrota pelo placar de 4 a 0, em 14/12/1969

domingo, 1 de dezembro de 2013

Time de 1968 destacado por Enir

Uma das figuras mais queridas do time do Santo André FC, Enir Ghirelli esteve presente desde a fundação do time até a inauguração do Estádio Municipal em 1969. Figura carismática e divertida, conta boas histórias da época.

Enir também é muito sincero. Nessa entrevista, ele destaca os atletas da época. Vale a pena ouvir...


Marcelo Alves Bellotti

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Santo André - 460 anos de História

Hoje é aniversário da cidade. Data para relembrar histórias fantásticas e pessoas ilustres que ajudaram a construir essa história.

A história da cidade se confunde com a do time de futebol e com a história de uma figura ilustre do esporte Andreense. A do senhor Wigand Rodrigues dos Santos.

Hoje vou apenas relatar a história do primeiro jogo do Santo André contada pelo seu protagonista em uma entrevista concedida em 2010 no tradicional bar do Mazinho...

Como foi a formação do time do Santo André?

A história é longa, Santo André sempre teve um futebol amador muito forte, havia bairros com cinco ou seis agremiações esportivas amadoras, mas não tinha uma representação de futebol profissional e nem tradição no profissionalismo, diferente de outras cidades do Estado como Santos que tinha o próprio Santos, a Portuguesa Santista, o Jabaquara... Ribeirão Preto que tinha o Comercial, Botafogo... Campinas com Ponte Preta e Guarani... Santo André não tinha uma representação profissional.

Eu fui eleito presidente da Liga (Liga Santoandreense de Futebol) e tinha a consciência dessa lacuna na cidade no que diz respeito ao futebol. Fizemos um bom trabalho na Liga Santoandreense de Futebol, criamos mais de 100 clubes, os ajudamos a se reorganizarem burocraticamente junto aos poderes constituídos (Federação). Naquele tempo tinha Alvará de Funcionamento Desportivo que era obrigatório e tinha que tirar em São Paulo.

O primeiro campeonato que nós dirigimos na Liga reuniu quase cem clubes amadores. Eram campeonatos principais e aspirantes, porque a Federação Paulista também determinava a existência da representação de Aspirantes. Então as cem equipes principais mais as aspirantes formaram quase duzentas equipes de futebol na cidade. Isso para jogar nos domingos. A decisão demandou uma quantidade de campos muito grande.

Essa efervescência na Liga de Futebol era tão grande que o trânsito chegava a parar na Rua Gertrudes de Lima nos dias de acerto de jogo, tal a quantidade de dirigentes de clubes amadores que lá compareciam.

E o assunto quando se discutia futebol profissional e que não envolvia interesse imediato dos clubes era exatamente sobre a não existência de uma representação profissional na cidade de Santo André. 

Foi por isso que, ouvido os desportistas da cidade, nós publicamos no boletim oficial da Liga uma carta aberta a todos os desportistas da cidade lamentando a inexistência de uma representação e propondo a fundação de um clube que levasse o nome da cidade. Complementamos que seria usado como o distintivo, em cima do coração o brasão do município e o nome “Santo André”!

Assim convocamos uma assembléia no Tiro de Guerra, gentilmente cedida pelo seu comandante à época. Lá comparecemos e juntamente com cerca de trezentos representantes de clubes amadores.

Nessa Assembléia foi aprovada fundação do clube, o projeto de estatuto do clube, foi eleito o primeiro conselho deliberativo com cinqüenta e um presidentes de clubes amadores, que foi o primeiro conselho deliberativo do Santo André. Nome do presidente e nome da agremiação. Temos nesta ata também lá no clube. Foi assim que fundamos o Santo André, de uma forma totalmente diferente do que já houve no Brasil. Não foi por obra e graça do Espírito Santo que “deu na telha” para se formar um clube de futebol profissional.

Eu fui um instrumento de uma vontade popular. A vontade que existia naquele momento no seio da Liga de Santo André, dos clubes amadores de Santo André. Foi assim que fundamos o Santo André... Elegemos como presidente o Doutor Newton da Costa Brandão, e aqui precisa abrir um parênteses porque ele era político e nós achávamos que ele deveria ser o novo presidente do clube e mantínhamos essa posição porque acreditávamos que ele se elegeria prefeito, como de fato se elegeu. E como prefeito procurou ajudar o Santo André na medida do possível e depois com a cessão da área do Distrital do Jaçatuba, onde temos um clube maravilhoso. Então assim elegemos o Doutor Brandão como o primeiro presidente, eu aceitei a ficar na chapa como Vice e com a diretoria formada nós começamos os treinamentos lá no campo da Laminação Nacional de Metais.

Escolha do primeiro amistoso: Santos Futebol Clube

A Diretoria do Santo André deliberou fazer uma apresentação oficial do Santo André para a cidade, sua população e seus desportistas. Por intermédio do Nestor Pacheco Junior (já falecido) que tinha um alto conceito com o time do Santos, pois fora diretor do Santos também, foi acertado um amistoso aqui no estádio Américo Guazzelli, o campo do Corinthinha que nós chamávamos, onde seria apresentado o time do Santo André.

Nesse jogo amistoso o Pelé compareceu com a dona Rose, no dia do aniversário da cidade de Santo André, dia oito de Abril de 1968 e houve então a partida de futebol onde o Santo André saiu vitorioso por dois tentos a um, sendo o primeiro gol marcado pelo Enir Ghirelli. Foi assim a primeira apresentação do time, com o estádio Américo Guazzelli lotado, a polícia teve até que impedir o acesso no estádio, pois a participação popular foi muito grande, e ganhamos de dois a um. Isso para início de conversa foi até muito bom porque ganhar do Santos não era fácil, naquela época eram imbatíveis. 

Como foi o clima na cidade para receber o Santos no primeiro jogo do time profissional

Nós recebemos o apoio indescritível da mídia local, da imprensa. Naquele tempo o News Seller, que ainda não havia se transformado no Diário do Grande ABC, deram toda a cobertura do evento em Santo André. A expectativa foi muito grande porque era o noviciado do Santo André jogando contra o Santos... Esperava-se até goleada (desfavorável). Mas o time do Santo André se portou com dignidade e com brio em campo, igualou a partida e ganhamos de dois tentos a um, gols do Enir e do Zezé, que era jogador do Santo André e o gol do Santos foi feito pelo Negreiros, num escanteio batido pelo Pepe. O fato é que a cidade botou fé... Até mesmo os pessimistas botaram fé que havia possibilidade de se manter um time de futebol profissional na cidade.

O zagueiro Anisio lembrou... "Nós tínhamos mais jogadores experientes como o Zezé, o Dorival que era o goleiro, o Zezé teve uma importância fundamental ainda mais com o pessoal que era amador em santo André, procurou acalmar a todos, sabendo da importância do jogo, o primeiro da história do Santo André e que eles deveriam jogar naturalmente como se estivessem jogando com um time amador ou qualquer outro time, sem maiores problemas onde se ganhasse ótimo, mas se perdêssemos, não seria nenhuma desonra.  Felizmente deu certo!"

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 30 de março de 2013

Estréia de Tulica no Ramalhão

Estávamos no período de início do ano de 1974 e o Santo André FC se preparava para o início da preparação de um grande time, que no ano seguinte se sagraria campeão Paulista da Primeira Divisão (segundo nível).

O começo foi difícil, pois em 1973 após uma crise de falta de dinheiro trouxe a ameaça de não disputa da primeira divisão pela ausência de um estádio compatível. Houve o risco do time deixar de existir. O presidente da época, Jose Amazonas, um próspero empresário da região já não estava mais disposto a tocar o time sem apoio da prefeitura, o que significava a conclusão do estádio. Em uma declaração ao Diário do Grande ABC, o mandatário Andreense decretou:

"Se não apresentei nenhuma ideia capaz do prefeito (Antônio Pezzolo) julgá-la possível de ser transformada a culpa não me cabe. Aliás ninguém apresentou nenhuma ideia a não ser a extinção do profissionalismo e a manutenção da equipe de juvenis preparando-se para 75 quando o Estádio está complementado para receber grandes públicos."

Nessa hora, novamente o sr Wigand Rodrigues agora funcionário público, administrador do Estádio Municipal Bruno José Daniel, levantou a sua voz e declarou: "Santo André não pode ficar sem um representante no futebol profissional e como não apareceu ninguém disposto a substituir o Dr. Amazonas decidi aceitar." O dirigente ainda ressaltou que não tinha a mesma condição econômica de José Amazonas, mas decretou: "Sempre achei que o que leva um clube a ser grande é a força popular. Não adianta termos "perfumados" apenas para preencher cargos que o "povo" sabe utilizar".

Wigand foi eleito por aclamação e começou a formar o esquadrão andreense de 1974. Para o comando técnico foi chamado Pacau que apostou em um time jovem, mas experiente com nomes como Ulisses, Luiz Augusto, Celso Mota, Tadeu, Giba e Fernandinho. Nessa época marcada pela formação do time Andreense, foi marcado para o dia 10 de março um amistoso contra a equipe do Velo Clube no estádio Bruno José Daniel. O jogo marcaria a estréia de um atacante que havia se destacado nas seleções amadoras de Santo André e com passagens pelos juvenis do Santos e do Atlético de Carazinho. O centroavante Tulica, o maior artilheiro da história do Santo André.

Tulica já impressionou no coletivo, marcando dois gols e sendo o destaque do treinamento, juntamente com Bodinho, um ponta de lança vindo de Araçatuba.

Do lado do Velo Clube o destaque era o centroavante Ditão. O jogo mostrou um Santo André eficiente. Rodolfo anulou a força ofensiva do Velo Clube e se transformou no melhor em campo. O que realmente marcou esse jogo foi quando, aos 22 minutos do primeiro tempo Tulica recebeu de Vicente, fintou com o corpo o zagueiro Ercilio e da entrada da área chutou forte para marcar o gol único da tarde da vitória do Ramalhão pelo placar mínimo.

Assim o grande herói Alberto Soares de Araujo, ou simplesmente Tulica começava a escrever uma história de 63 gols com a camisa do Santo André, se transformando no maior artilheiro da história do Santo André e o primeiro grande ídolo da torcida Ramalhina.

O Santo André jogou com Silva, Luizinho, Rodolfo, Tito e Luiz Augusto; Celso Cahimbo, e Ulisses; Celso Mota (Mané), Vicente, Tulica (Bodinho) e Nascimeto. O Velo Clube jogou com Renato, Celinho Ercílio, Klein e Cícero; Zé Roberto e Luiz Augusto; Maurilio, Valtinho, Dicão e Canhoto. A renda foi de 4.429 cruzeiros e o jogo foi arbitrado por Alfredo Gomes.

Marcelo Alves Bellotti

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

1972 - Formiga, Murias, Djalma Duarte e Pitico: Base de Santos forma o Santo André

O Santo André FC sempre teve em suas fileiras até pela proximidade, nomes consagrados ou não da baixada santista. O primeiro técnico, em 1967 foi Manga, ex-goleiro do Santos, que trazia vários atletas da baixada.

Em 1972 o técnico convidado para comandar o time Andreense foi Chico Formiga. Formiga formou a base do time santista campeão Paulista de 1955. Posteriormente foi negociado com o Palmeiras, na maior transação do futebol brasileiro na época.

Juntamente com o técnico vieram o lateral Murias, o meia Djalma Duarte e o volante Pitico. Murias foi formado na Vila Belmiro mas nunca teve um papel destacado no time Santista. Sua passagem sem brilho pelo Santo André foi marcada por uma frase infeliz, logo na sua chegada. Ao ser perguntado pela revista Placar se ele acreditava que o Santo André, um dia, será um time importante, o jogador declarou:

"- Eu não. Só vim aqui para poder jogar. No santos, quase cheguei a ser titular. Aí o Rildo resolveu renovar pela metade do que tinha pedido e eu tive que cair fora."

Frase infeliz típica de jogador sem a menor noção do seu papel dentro de um elenco. O time na época de sua chegada era dirigido pelo técnico Lula, que era consagrado por ser multi-campeão com o mesmo Santos, mas que não demosntrava o mesmo pensamento. Lula declarou a mesma revista: "Realmente tem coisas que o dinheiro não compra (referindo-se ao reconhecimento do Sr. Wigand e dos torcedores a sua chegada como técnico). Eu não sairia agora do Santo André por nada desse mundo."


Djalma Duarte também foi formado na base do Santos. Adotou o segundo nome para se diferenciar de Djalma Dias, pai de Djalminha, que na época atuava pelo time santista. Atacante de toque refinado, demosntrava uma certa tristeza em não ter tido chances de jogar no time da baixada santista. Em entrevista ao Diário do Grande ABC destacava que tanto ele quanto Pitico ou mesmo Murias tinham qualidade suficiente para crescer no time do Santos.

Teve sua carreira abreviada aos 26 anos, após uma contusão no menisco que fez com que ele tivesse a  necessidade da realização de várias cirurgias seguidas.

Mas o maior destaque desse time de 1972 comandado por Chico Formiga foi Pitico. O mesmo jogador do time do Santos, que Pepe se refere em suas histórias deliciosas sobre o volante Santista. Pitico também foi formado pela base Santista, revelado em 1967.
A passagem de Pitico pelo Santo André Futebol Clube foi motivo de destaque para o futebol Andreense. Suas atuações eram sempre destacadas pelo Diário do Grande ABC e seu futebol era apresentado como referência aos mais jovens.

Uma vez, conversando com Tulica, que nessa época era jogador da base andreense, Pitico contou que nas excursões do Santos para a Europa o time levava uma garrafa de conhaque, para "esquentar" o pessoal do banco. Mas era para tomar apenas um gole.

Pois o preparador físico do Santos deixou a garrafa ao lado do Pitico. Ele estava com muito frio e pediu para tomar um gole. Tomou um, depois outro, depois outro... O jogo estava "pegado" então o Pepe (técnico do santos) deciciu preservar o Clodoaldo e chamou Pitico para entrar no time...

"- Não vai dar não, seu Pepe!" respodeu o volante ao lado da garrafa vazia... 

Essa turma boa que levou o Santo André FC a fazer uma boa campanha nesse ano se desfez no ano seguinte, com Pitico e Murias sendo emprestados ao América-SP enquanto que Djalma Duarte ia para a Briosa, em Santos.

Marcelo Alves Bellotti

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Exemplo de Cartola

O Santo André Futebol Clube nasceu da vontade popular, da idéia de que a cidade necessitava de um time profissional que a representasse no cenário esportivo.

Esse desejo foi manifestado na voz de um homem. Senhor Wigand Rodrigues dos Santos, então presidente da Liga Andreense de Futebol Amador.

O dirigente sabia que o sucesso do clube dependia mais do que o simples desempenho do time, mas também do apoio político da prefeitura, razão pela qual sempre costurava um apoio com os prefeitos da época.

Em 1971 o Santo André Futebol Clube preparava-se para o seu retorno ao Campeonato Paulista, após se retirar para a construção do Estádio Municipal, fato que levaria o time a pleitear uma participação na primeira divisão (segundo nível) do futebol de São Paulo.

O regulamento determinava como critério de participação, limites mínimos para capacidade do estádio para acatar uma inscrição de um time profissional.

A primeira participação do Santo André Futebol Clube no profissionalismo foi bastante conturbada. 

Os jogos da Segunda Divisão (Terceiro Nível) disputados em 1969 contaram vários casos de agressão, seja ao atleta como contra o Juiz, o que levaram os "cartolas andreenses" a afirmarem que o time Andreense não poderia participar de campeonatos onde haveria risco a integridade física do jogador.

A FPF divulgou uma relação dos participantes do Campeonato Paulista onde o nome do Santo André FC não estava incluso. Revoltado, o Sr. Wigand decretou:

"Aposto minha casa contra um cacho de bananas como o Santo André FC vai disputar a Primeira Divisão de Profissionais". Sr. Wigand sabia que o time Andreense estava enquadrado no regulamento e que não corria risco de não participar da Primeirona.

Ainda sobre a cidade, o dirigente declarou: "Nosso nível populacional supera em muito que a Lei prevê." Sempre apaixonado pelo clube e pela cidade, Wigand disse ainda "Vamos entrar no campeonato não como meros participantes, mas sim para ganhar. Formamos um elenco de jogadores de elevado gabarito técnico e de muita moral. A maioria desses rapazes é de nível universitário e são chefes de família. Estão todos cônscios de sua responsabilidade. Nossa camisa não será toalha para limpar as mãos. Queremos vencer porque representamos uma grande cidade e hoje em dia não há lugar para fracos, indecisos e pulsilamines. Entramos nessa luta com um único objetivo: ganhar acesso para a Divisão Especial" (primeiro nível).

Declarações fortes de um homem de coragem e, sobretudo apaixonado pela cidade e que soube ter atitudes para que o time não acabasse. E a crise financeira nessa época era muito grande e fazia com que a cada final de temporada, a grande discussão na cidade fosse com relação à continuação do time.

Wigand Rodrigues dos Santos foi mais do que um mero presidente do Santo André Futebol Clube. Se hoje Santo André uma história de títulos como a Copa Paulista, Copa São Paulo de Futebol Junior e a Copa do Brasil, o clube deve muito a esse senhor. Exemplo de cartola levou sempre a campo o Orgulho de ser Andreense.

Marcelo Alves Bellotti

domingo, 27 de maio de 2012

Santo Andre FC derrota Santos em partida revanche


Estávamos no ano de 1971, ano em que o Esporte Clube Santo André ressurgia após dois anos afastados das competições oficiais e apenas fazia amistosos.

A equipe começou o ano treinada pelo técnico Pacau, porém no jogo específico contra o Santos, o técnico do Santo André foi nada menos que Lula, o eterno técnico campeão no próprio Santos.

De Lula no Santos se contam muitas histórias. A primeira é que ele chamava a equipe no vestiário e "jogava as camisas para cima". Os que conseguissem pegar as camisetas jogavam. Outra lenda envolvendo o seu nome é de que Lula dormia em campo quando o Santos jogava.


Pelé contava também que o Santo que protegia o Lula sempre permanecia invicto, pois quando o time perdia, a culpa era sempre do time e quando ganhava, era do Santo.

Para essa partida, o Santos viria capitaneado por Carlos Alberto Torres, que jogaria na zaga, pois estava voltando de uma intervenção cirúrgica.

O amistoso foi marcado para o dia 15 de novembro no estádio Américo Guazzelli, mesmo palco primeiro jogo da história do Santo André, contra o mesmo Santos três anos antes.

O jogo foi equilibrado e no final marcado com dramaticidade. O Santos marcou primeiro, Cruzamento de Ferreira e gol de Adilson.


Aos poucos o Santo André foi equilibrando o jogo até que aos 30 minutos Pererinha lançou Ademir que driblou o seu marcador e da entrada da área grande soltou a bomba. Era o empate do Santo André.

No começo da segunda etapa, Ulisses recebeu um belo passe de Elias e chutou no canto do goleiro Edward, do Santos. Era o gol da virada. Após o gol da vantagem ramalhina, o time se retraiu e só não tomou o gol de empate graças à grande atuação do goleiro Carlos, além da sorte de duas bolas arremessadas contra as traves Andreenses.

A pressão do Santos aumentou a partir dos 30 minutos após a expulsão de Elias no time do Ramalhão, que segurou o resultado à base de muita catimba e garantiu mais uma vitória do Santo André FC contra o Santos. O time andreense contou também com a invasão de um cachorro, que fez com que a partida fosse interrompida, esfriando o time da Vila Belmiro.


No final do jogo, mais uma vitória Andreense novamente pelo placar de 2 a 1 e de virada, que serviu para aproximar cada vez mais o time com o torcedor da sua cidade.

Santo André FC 2x1 Santos

Santo André: Carlos, Luizinho, Sebastião Lapola, Miltão e Murias; Pereirinha (Jonas), Elias e Maurinho; Ademir (Garcia), Ulisses e Gaspar.

Santos: Edward, Otávio (Roma), Carlos Alberto, Carioca e Nelci; Pitico e Djalma Duarte (Bargas); Jader, Fito, Adilson e Ferreira.

Marcelo Alves Belotti